sexta-feira, 10 de maio de 2013

Agora eu já sei na verdade quem eu sou...

Oiiii...
Gente, passei um bom tempo (longo tempo) longe daqui novamente, não é?!
Pensei muito antes de escrever esse post, mas cheguei à conclusão que deveria escrevê-lo, pois ele pode ajudar alguém a refletir e tomar as rédeas de sua vida, como eu...
Vou lhes contar um pouquinho da minha vida, até chegar no ponto que quero mostrar. Sou formada em engenharia de produção, entrei na faculdade sem saber o que seria, acabei ficando mesmo não gostando muito, mas não sabia exatamente do que gostava então continuei até me formar. Durante a graduação fiz estágios e trabalhei na área aqui em minha cidade, gostava muito de trabalhar, sempre gostei e levava muito a sério, por exemplo, no segundo ano de faculdade eu trabalhava em uma lavanderia industrial, no setor de PCP (planejamento e controle da produção), essa lavanderia beneficiava peças jeans e era eu quem programava a ordem de cada lote que fosse lavado, ela funcionava durante 24 horas, então eu programava tudo o que era feito lá, mesmo eu não estando lá durante a noite e fazia o controle também (tinha mais de 200 funcionários), amava fazer isso mas estava sendo muito difícil levar a faculdade e o trabalho e acabei saindo de lá para não reprovar. Depois fui trabalhar na parte de desenvolvimento de produto de uma confecção (a ênfase da faculdade que cursei é em confecção industrial), fiquei uns 2 anos lá e novamente saí para poder terminar o curso. Depois que me formei, ainda tentei trabalhar na área em 2 lugares diferentes, mas não gostava muito e principalmente não via futuro, já que as empresas eram familiares (eram muito grandes, mas familiares) e aqui, independente de ser a pessoa mais competente sempre que há uma promoção quem sobe de cargo é a pessoa da família. Isso me frustrava muito, já que me dedicava muito e não tinha reconhecimento. 
Fui trabalhar em uma empresa comercial, no setor financeiro, bem diferente da área onde me formei. Tenho que admitir que não posso dizer que a faculdade não me serviu para esse trabalho, pois eu tinha um diferencial de raciocínio rápido e facilidade para aprender as coisas, graças aos muitos cálculos feitos. Enquanto ainda estava trabalhando lá passei em um concurso público do outro lado do país e fui chamada, mas tive que abrir mão pois sou casada e seria muito difícil meu esposo encontrar algo em sua área lá, foi super complicada essa decisão, mas tomamos em conjunto. Passei em outro concurso, estou aguardando ser chamada, mas como passei no cadastro de reserva, não tenho certeza se serei chamada ou não. Tenho que aguardar. 
A mais ou menos um mês atrás, fui chamada para trabalhar em uma confecção, eu deveria controlar o processo produtivo, mas para isso eu deveria ter que ficar bajulando uma menina (pra mim isso é coisa de criança, por isso a menina), por que ela se sentiu ameaçada só por eu ter entrado para trabalhar lá, eles possuem um sistema que não era alimentado como deveria pois a dona disse que não precisava (e a ferramenta para a tomada de decisão, fica onde? sem falar o custo que esse programa deveria ter e ser mal utilizado, não é?) aí vocês me dizem que era meu trabalho tentar mudar isso, mas acho que teria que desperdiçar muita energia para tentar mudar a cultura de uma empresa que também é familiar (os diretores são todos parentes). Acabei ficando uma semana só, assim tive certeza que esse tipo de trabalho não se encaixa mais para mim.
Enquanto eu aguardo se serei chamada, estou em casa, estudando para outro concurso e trabalhando muito. E é aí onde quero chegar. Ainda não tenho filhos. E fico em casa! Como assim gente??? Ela fica em casa e não faz nada o dia inteiroo??? É isso que muita gente pensa e diz. E isso me magoa muito. Não fico em casa à toa. Não tenho um salário fixo no fim do mês, mas não paro o dia todo. Estudo e trabalho muito com os meus artesanatos. Na verdade trabalho de manhã, à tarde e à noite, com muito prazer! Estou fazendo algo que eu amo. Com todo o meu coração. Ainda não estou ganhando muito dinheiro com isso, e nem quero, quero apenas o necessário para ajudar meu esposo a conseguirmos uma vida um pouco melhor. Eu acho, de verdade, que não somos ninguém para julgar a vida uns dos outros. Se estou fazendo meus trabalhos em casa hoje é por opção (minha e do meu esposo) e é isso que me faz feliz. Independente do que digam (embora às vezes eu fique chateada), mas é isso que me faz feliz, aqui posso deixar minha criatividade brotar, posso tratar os meus clientes como gosto de ser tratada (com muito carinho e atenção), posso fazer meus horários e estar em casa sempre que meu esposo chega para lanchar. Isso pra mim é estar feliz, para muitas mulheres isso não é motivo de felicidade, pra mim é. 
O motivo do título é que eu demorei muito para conseguir assumir isso pra mim mesma, já que pra muita gente parece que não gosto de trabalhar, ou sou preguiçosa e eu ficava confusa com isso, mas não, agora eu sei quem eu sou, eu gosto de ficar em casa trabalhando por conta própria e ponto final.
Vou deixar aqui uma música que eu adoro e me ajudou um pouco na minha busca por mim mesma...



Bjoks

2 comentários:

  1. Oii Dágela! Muito legal seu texto! Parabéns por ter se encontrado e tido a coragem de assumir. Quem fica em casa realmente às vezes é "mal falado" e não tem o seu trabalho reconhecido! Mas se vc tem o apoio do seu esposo e está feliz assim, é isso que importa!
    Desejo ainda mais felicidades para vc, e muito trabalho, em casa!! :) Beijos!!

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  2. Dagy... que lindo seu texto, fazia tempo que não aparecia por aqui e não tinha visto... é um saco mesmo essa "coisa" de gente que se incomoda com o que não lhe diz respeito... sofri tanto quando voltei pra cá... pessoas falavam na minha cara "coitada, não arrumou nada na "profissão" dela e tá trabalhando nisso". Ninguém parecia ouvir ou entender que na verdade eu tinha opções na mão e fiz escolhas... uma vez li do Domenico de Masi algo mais ou menos assim "quando perguntam com o que eu trabalho e eu respondo, quase que tenho que pedir desculpas, pelo fato de trabalhar com algo prazeroso..." A questão é: cabeça erguida sempre, e lembre-se elogios e críticas dependem muito de quem vem, as vezes um elogio dependendo de quem vem, deve soar como uma crítica e vice versa...

    Beijos da sua cú :)

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